sábado, março 17, 2007

"Carne exposta"

Muita gente tenta a todo momento me persuadir,
tenta determinar a mim mesmo como devo agir,
como devo me vestir, me portar, suportar um monte de gente
que considero insuportável e torço o nariz, sem receio.

Estou cansado de me sentir escravo de uma dúzia de coisas,
de ser doente por pensar diferente,
ou de ser punido por não estar sintonizado na mesma rádio
que o resto do povo.

Estou farto de igualdades,
estou com o saco ligeiramente inchado
por tanta saudade, por tantos sonhos eróticos toda noite,
por tanta vontade de abrir suas pernas,
entrar com toda minha força dentro dos seus sonhos encharcados,
enlouquecer sua pele, puxar seus cabelos do jeito que te faz amanhecer,
despejar em cima de você todas as minhas verdades e mentiras,
te morder da cabeça aos pés, roubar seus defeitos e qualidades,
te tornar imortal e dizer toda manhã que te cultivo
para te levar comigo por todo canto,
na lembrança, no hálito, na minha carne cúmplice de você....

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