sexta-feira, novembro 28, 2003

"Combate interior"



Quebro as regras do destino
amando dessa forma louca
dormindo com as folhagens
da mais bela estação.

Como se os sonhos fossem verdades.
Como se os sonhos fossem verdades.

Por amar, amar, amar como eu
sem vaidade, sem ter alvo,
sem méritos...
Conquistas reais.

Leveza que sinto;
que belo, que louco;
clamo sorrisos...
Inspiração

Aquece-me a noite
sonho na vida
espero seu beijo.
Imaginação.

Descompasso a madrugada
mantém só a precisão
do meu amor
convalescente à  minha deliciosa solidão...

Por amar, amar, amar como eu
sem vaidade, sem ter alvo,
sem méritos...
Conquistas reais.

Por amar, amar, amar como eu
sem vaidade, sem ter alvo,
sem méritos...
Conquistas reais...


Fiquem em paz...
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domingo, novembro 23, 2003

“A Presunção do amante perfeito”




A titudes fervorando como novas

P áginas de um capítulo interminado,
R esgatando desta história uma viagem
E squizofrênica à Barcelona, onde o
S urpreendente personagem principal,
U nindo seus sentimentos com histéricas
N uances que poderiam vir a acontecer,
C oncretiza seus intrínsecos desejos,
A ntecede o futuro que o esperou assim,
O rnamentado de falsos paradigmas, com perigosos

D otes que chegam clamando por uma nova
O rdem em suas próprias vidas, vidas de

A mantes perspicazes, de destinos que acabaram
M arejando muitos rostos por não terem
A lcançado o que haviam planejado, fazendo-os
N avegar por entre os mares revoltados,
T urbulentos pela dor desse sangue que de
E scorrer não pára, dor que torna-o um

P resunçoso amante e perfeito poeta
E qüidistante dessa vida frigida,
R esplandecendo o amargo e cruel gosto do
F el em forma de palavras, tratando com indiferença
E spécies que jamais irá reencontrar, e essa
I njustiça feita não significa desafeto, mas
T emerosidade de novamente fazer com que suas
O ndulações acabem escoando lágrimas em vosso coração...


Fiquem em paz...
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quinta-feira, novembro 20, 2003

"Gosto muito"



Gosto mesmo é de virar página,
viver amor platônico,
ouvir boa música e apreciar
a tenacidade de um bom vinho.


Gosto mesmo é de enxergar
o que as grandes pessoas não vêem...


Gosto mesmo é de sentir
a voracidade do impulso poético
e, em meio às lágrimas,
decifrar letras e transformá-las em poesia...


Gosto mesmo é dessa mulher,
cheia de ginga, que requebra no bom samba,
desfila sua cabeleira em ápice com seu canto...


Gosto mesmo é de olhá-la,
vê-la entre as estrelas refletidas
pelos seus olhos,
úmidos,
cheios,
vivos,
cantarolando uma nova música e
adocicando minha conhecida e platônica adoração...


Fiquem em paz...
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quarta-feira, novembro 19, 2003

"Para ser"



Para ser musa
         não basta ser bela,
                        tem que merecer...


Fiquem em paz...
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terça-feira, novembro 18, 2003

"Um dia"



Um dia sonhei que era feliz...
Um dia sonhei que vivia em um sonho feliz...
Um dia sonhei que sonhávamos...
Um dia acordei...
Acordei e vi esse mundo sórdido, sombrio, largado as preces das mais diferentes crenças, sonhei e com isso afetei minhas barreiras intituladas auto-protetoras, como uma jaula com medo de ser aberta, ou uma caverna onde a existência do mundo afora torna-se apenas lenda imaginária de um julgado esquizofrênico, uma patologia criada pela inteligência da solidão, essa solidão que nos torna sensíveis, nos torna únicos e, para os apurados e excêntricos olhos, especiais...
Uma fuga criada a partir da desgraça que ouvimos dizer, uma distância que tomamos pelo desgostoso aroma que a cintilante distância de olhares nos causa, a distância da falta da simplicidade implicando em todos os âmbitos que nos encontramos diariamente, para podermos vivenciar de uma forma calma e complacente com as divergências que acabamos tendo dentro dos nossos corações, das nossas atitudes, mesmo as infundadas, transtornando as tão existenciais vozes, tecendo a teia e temendo a trama simultaneamente, um déjà-vu mal explicado, temas variados de esquecimento, ilusões e receio, receio do simples incômodo que posso proporcionar, mesmo sem querer, uma paixão platônica, esse platonismo que me desgasta, assim como me inspira a tal ponto que consigo fritar meus dedos ao escrever essas viagens mirabolantes, ao tocar meus tambores com tanta fúria e enegrecer meu olhar pelas lágrimas saudosistas provocadas pelas portas fechadas da realeza do meu castelo, este castelo imaginário impregnado na minha parede, nos meus sonhos, nas minhas insistentes idealizações causadas por tantas elucubrações, muitas delas infundadas, muitas dignas do vosso respeito, respeito que parece ter sido dissipado pela inconsistência da minha mente, da minha vida, tanto ócio interligado, dia após dia na minha jornada sem descanso, uma luta constante para não nos desesperarmos quando olharmos para os lados e vermos tantas hipocrisias resvalando-nos pela nossa inocência, vermos o medo na face das pessoas, sentirmos a vergonha nos atos alheios, e ainda vermos a vergonha trespassando por terem sentido tais vergonha, uma vergonha que há muito já gostariam de ter abolido da concordante viagem que caminham, mesmo sabendo que às vezes tomaremos atitudes um tanto quanto estranhas, e lutaremos para podermos não exalar ou transparecer algo aterrorizador, para que pessoas infundadas temam a presença de algo sem significado, saindo perdedoras de momentos que poderiam ter se transformado em magia se não houvessem tantas barreiras impostas, se entendermos o quão excêntrico somos se analisarmo-nos friamente, e mesmo com tantas questões levantadas ainda fica a dúvida em meu semblante, a dúvida do porquê temos que viver em um sonho, porque sonhar que vivemos um sonho feliz, porque sonhar que sonhávamos num uníssono berrante, e ter a infelicidade de acordarmos e vermos um mundo sórdido, sombrio, largado às preces das mais diferentes crenças, ..........


Fiquem em paz...
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domingo, novembro 16, 2003

“Não precisa haver”



Não precisa haver beijo, para haver amor.
Não precisa haver desejo, para haver amor.
Não precisa haver abraço, para haver amor.
Não precisa haver contato, para haver amor.
Não precisa haver lágrima, para haver amor.
Não precisa haver namoro, para haver amor.
Só precisa haver amor, para haver você.
Só preciso de você para, em mim, haver amor...


Fiquem em paz...
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sexta-feira, novembro 14, 2003

“Pelo tudo...”



Sinto-me apaixonado...

Pela vida;
pelo Jazz;
pelo vinho;
pelo místico...


Sinto-me encantado...

Pela música;
pela viagem;
pela voltagem;
pela conversa...


Sinto-me atraído...

Pelo carinho;
pelo versejo;
pelo desejo;
pela tranqüilidade...


Sinto-me abstrato
pela beleza,
pela sutileza,
pelo tudo
que me lembra você...


Fiquem em paz...
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terça-feira, novembro 11, 2003

"O que preciso?"



Para conseguir descrever sua beleza
quero ter todas as profissões dentro de mim...

Quero ter as artimanhas do artista plástico,
a força de um camponês,
a fome de um indigente,
a fúria de um lutador de boxe,
a sensibilidade de um garoto apaixonado,
a sinceridade de um cão,
para escrever de ti apenas a verdade.

Quero também pdoer sentir
os diversos temas que a vida nos proporciona...

Quero sentir a brisa leve no rosto,
a comida caseira na minha boca,
a lambida alegre de um cachorrinho,
vislumbrar um arco-iris,
correr sem rumo na chuva,
nadar no mar sem roupas,
tocar uma música em forma de serenata...

Tudo isso para mostrar ao mundo
em forma de poesia
as dificuldades que tenho para dizer
a sua altura o quanto eu adoro você...


Fiquem em paz...
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sábado, novembro 08, 2003

“Saudade de mim”



Chove torrencialmente nos meus delírios...

Chove incansavelmente nos meus desejos,
deixam-nos cansados por tanto em vão querer...

Transformo-me no objeto que dança
pela materialidade concreta dos transeuntes.

Transformo-me no tempo apaixonante do poeta,
na brisa inigualável ao marinheiro,
no desencontro das aves no céu,
no brilho das estrelas que me inspiram,
que iluminam as passagens do meu choro,
da minha aceitação aos meus próprios anseios...

Brindam as perspicácias que soam capazes
como demonstrações, ri das armadilhas
forçadamente recriadas para aprender,
aprender como fazer o que sonhávamos
na noite anterior,
na vida anterior,
vida que ainda relembro,
dança e olhos que ainda perduram,
fúria glamourosa que ainda enche de saudade,
como a noite escura tem saudade das plantas,
eu tenho saudade de amar os beijos já distantes,
mas nunca esquecidos, nunca deixados para trás na lembrança,
nunca deixado para o aquém,
e o ar que engloba minha respiração
palpita nomes, nomes, nomes, mas sempre
destaca-se um único no meu pensamento,
nome que denomina liberdade,
mesmo não sabendo se eu já fui capaz de ser:
liberto como uma águia e apaixonante como o seu canto...

Saudade de mim...


Fiquem em paz...
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quinta-feira, novembro 06, 2003

"Sentido dos olhos"



Olhos...
Por que imprimem tal magnitude
dentro dos meus sintomas pensantes?

Creio que seja pela forma labiríntica que se mostram a mim,
ou pela forma sinuosa e eloqüente,
ou pelo ardiloso exaspero de suas aparições.

A cada andança minha,
descubro novos olhos e olhares,
muitos deles me enojam
muitos me apaixonam
e muitos se apaixonam;
vejo isso tudo de uma forma
cíclica para reverenciarmos os nossos gostos pessoais.

Perguntam-me qual a minha parte predileta em uma mulher?

E eu sequer pisquei e imaginei os olhos...

Olhos doces, sutis, reais, urbanos, latinos, europeus,
cínicos, detalhistas, distantes, abusivos, cintilantes,
apaixonantes, vibrantes, inspirantes, persuasivos...

Cada qual com suas características únicas,
envolvendo-me com seu profundo e lascivo jogo,
com suas peripécias,
com suas dificuldades.

Mostram-me um mundo novo a cada olhar,
mostram-me o silêncio do conhecimento,
a ternura do amor,
o fervor da paixão,
deixa-me sempre ébrio por tanto sentir,
por tanto querer decifrar algo místico,
indecifrável,
algo que corresponde à descoberta do santo Graal,
da história da humanidade descrita pelas palavras subliminares,
pelo seu pouso manso e sutil.

Olhos...
marejados pela saudade,
delirantes pelo tesão efervescendo internamente;
tudo isso encanta o pobre transeunte e poeta,
que mal muda o campo imaginário
e já se encontra entretido por outro olhar,
descobre que aquele perdurou um segundo apenas em sua eternidade pessoal,
mas foi o suficiente,
bastou para ensinar-lhe uma nova visão da vida,
ensinou-lhe outro caminho para recomeçar àquela sua antiga poesia,
ditou-lhe uma nova regra,
um novo predicado para antigos significados,
uma nova arma para desmistificar a antiga solidão,
e uma nova palavra brota em seu peito a cada nova magia,
a cada nova visualização corpórea do interior pleno
de alguém que não existe,
de alguém que se resumiu, naquele instante,
a um par de olhos,
a um par de sentimentos,
a um par de sinceridades,
a um par de lutas internas, e brigas cotidianas,
e passado e presente estático e futuro enegrecido
pelas tantas e tantas dúvidas inexistenciais,
de tempos remotos, que ainda põem em dúvida o hoje,
o sempre,
o agora,
e em súplica regurgita seu silêncio,
o seu olhar seco e místico,
e transcende o pobre poeta, nesse único segundo encantador,
para mais uma deliciosa história de amor,
que ficará para sempre eternizada
pelos rabiscos singelos de seus papéis...

Fiquem em paz...
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quarta-feira, novembro 05, 2003

"Vida"



Tempo
dúvidas ao léu
encanto

Luar
suor no rosto
espanto

Desgosto
eu e você
quebranto

Pureza
meu lar
desespero

Leveza
leve canto
serenata

Algum lugar
descanso
pensante

Brumas
caracóis amarelos
sonhos

Brisa
ritmo
dança

Música
crime
fuga

Paraíso
deserto
sentimentos

Felicidade
feliz cidade
felicidade

Beleza
verdade
dolorida

Espero
consigo
acordar

Sol
viagem
morte

Procriação
devaneio
telefonema
condução
papel
luz artificial
sofrimento...

Fiquem em paz...
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terça-feira, novembro 04, 2003

“Sentido da vida”



O que poderia qualificar
um sentido para a vida,
quando nem mesmo
pensando racionalmente,
enxergamos um sentido
real para os sonhos,
para a fantasia,
para as nuvens
que parecem estar
tão ao meu alcance
quando hipnotizado estou
pela alquimia exalada
pelos habitantes
dos campos floridos,
dos mares sem fim,
onde os sentidos se dissipam,
sopram lembranças aguadas
nos meus olhos,
salgadas e encantadoras como ondas,
que muitas vezes,
ou se fazendo de quando em quando,
fingem estar com todas as forças guardadas,
vivem e crêem na eloqüente
esquizofrenia recriada,
mas desabam quando os dedos
que apontam para os céus
conseguem muito facilmente
parar o tempo,
tempo que tanto anseio,
pára-o e faz com que o brilho do sol
irradie apenas por sobre meu corpo,
que as nuvens,
em companhia do citado sol,
perfurem meus cachos
e com eles se encaracolem,
faz com que meu peito flua
em harmonia com o ambiente,
com a vida que procura um sentido,
sentido este que descubro
ter um significado coerente por agora,
dentre tantos buscados
o mais importante de todos,
conhecido ele como amor,
este que sinto,
que tranco,
que reprimo
e quando menos espero: Tchum !!!
resguardo-o,
faço tê-lo explosões desesperadas,
faço-o espernear magias
para que o espaço
entre o sentido e o desconhecido
se encontre apenas com a distância
das nossas auras aos nossos corpos,
faço com que os sentidos
tão aclamados nessas míseras linhas,
se tornem ponto de referência
para o que posso ser,
para sempre poder
embargar gargantas com minha voz,
para que eu sempre arrepie pêlos pelo meu desprendimento,
e principalmente,
para que eu possa devolver-te a poesia,
a música,
a dança,
e os palcos,
pois sem isso dentro dos nossos corações,
qual seria o sentido da vida?


Fiquem em paz...
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