segunda-feira, outubro 23, 2006

"Abacaxi com cereja"



Desabei de vontade de captar as coisas mais incriveis,
tentei ao máximo explorar todas as suas necessidades,
forjei planinhos pequenos e mesquinhos
para roubar mais da sua atenção,
para ter plena certeza...

Fiquei aqui em casa, absorto num silêncio desumano,
idealizando cada forma sua,
cada curva do seu corpo lindo e sutil,
fiquei passando a mão em você inteirinha,
deixando-me levar pela imagem tão perfeita na minha frente,
deixando-me incendiar distante da nossa verdade,
distante da nossa magia...

Eu pude ver de longe todas as vontades que eu sinto,
eu pude ver de longe todas as manias que eu vejo como qualidades,
pude ver seu riso alegre, seus cabelos se enroscando nos meus dedos,
despropositadamente forçado,
consegui sentir a temperatura de alguns pedacinhos do seu corpo,
consegui ver de longe as diversas expressões do seu rosto claro,
consegui ver de longe a vibração das minhas pernas ao te ver,
consegui ver de longe o pulsar do seu sorriso,
o pulsar do brilho dos seus olhos,
conseguir ver de longe a vontade que eu tenho de ser você em mim,
de me deixar ser eu em você,
de nos deixarmos enriquecer cada segundo de nossos passos,
tornando cada centavo de alma muito valioso,
precisando aplicar na poupança da nossa vida,
tornar cada riso eternizado em poesia,
cada encanto homenageado nos meus tantos altares,
esses que carrego dentro de mim,
que estão à espera de preciosidades que os iluminem...

Pude entender tanta coisa,
pude deixar meus acertos tão livres dentro de mim,
pude deixar minha cabeça girar nos mais incriveis assuntos,
tudo por saber sentindo que estava energizado,
que estava claro para mim os trajetos a serem seguidos,
por estar óbvio demais a nossa sinergia,
por ser calmo o nosso paradoxo do adulto criança,
por ser como queijo e goiabada,
por ser como pular amarelinha,
por ser como abacaxi com cereja,
por ser como amor e paixão...

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