sexta-feira, outubro 24, 2003

“Insônia”



Sinto-me completamente perdido
e embriagado pela insônia.

Rolo sem parar no colchão
imaginando o meu futuro distante,
e só consigo deliciar
o gosto da hipocrisia que me cerca.

Receio, com toda a minha força (admito),
fracassar nas escolhas e nos caminhos
a serem percorridos.

Julgo minha existência;
pergunto-me qual a serventia
da mesma se eu for apenas
Enclausurar-me em um buraco
para ganhar míseras moedas.

E onde ficarão a comédia e o drama?
Extintos?

E a música que me domina o âmago?
Morta e enterrada?

Será que sou o epitáfio das artes,
com minha balela múltipla e descomunal?

Será que meus desejos não existirão?

Em qual momento será decretada a minha morte?
Quando meu corpo se for?

Ou quando deixar de existir a eternidade,
por não existir mais a lembrança na era extinta dos homens?

Será que serei,
- assim como quero e sonho -
referência?

E quando minhas energias acabarem
e eu estiver precisando de um prato
mísero de feijão?

Nesse momento minhas palavras
ainda irão ter poder?

E minha musicalidade,
prestará para alguma coisa?

Será que exclamarei algum dia,
ao invés de apenas interrogar?

É (...), Destino louco e atormentado,
vivo-te intensamente, mas isso me apunhala,
atormenta-me como homem,
mas nos caminhos já pré-definido por você
tentarei sempre levar comigo algumas
embaralhadas palavras, para fazer poesia,
e um sorriso no rosto para encantar
e fazer ao menos alguma pessoa
nessa vida plenamente feliz...

Fiquem em paz...
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