segunda-feira, janeiro 24, 2005

"Sozinho quando não se está sozinho"



Sem compreensão, sem vida própria me alastro pelo infinito e a solidão vaga pela noite escura em que tento brilhar em vão, redescubro num longinquo martírio a minha derrota, peço e robusto sigo em frente, calado, tentando me mudar para onde não vou, tentando-me a ser o que odiaria, e desisto no vai e volta do meu volúvel sentimento, pergunto-me por que tenho que viver o que não possuo, perdendo-me da verdadeira luz que há muito se apagou, a luz cega que cansou, a irradiação trêmula que não mais existe, a configuração perfeita no silêncio, o trauma completo no acaso, a vida perdida na união, o desfecho da minha perdida guerra lutada há anos, com seus anos de infinitas e consequentes derrotas, e no meu campo de batalha desconfiguro a estiagem, ergo a taça de campeão do meu mundo opaco e sorrio meu ódio pelas palavras que incontroláveis jorram dos meus olhos, que machucam meus lábios, que acariciam meu coração absoluto e único, que me deixam divagando na solidão, sozinho quando não se está sozinho...


Fiquem em paz...
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