terça-feira, abril 13, 2004

"Vivência"



Pirei no sonho
alucinei no escrever,
pulei na vivência,
na ardência do viver,
extravasei as regras
incontáveis,
irredutíveis regras que
desapontam,
desapontam o elixir
em forma de flores,
de aromas enigmáticos,
de cintilâncias,
degustando o expelir,
o exasperar,
o ser pelo não sendo
mesmo esta sendo
a não-questão,
mesmo os nãos
sendo as
contrações que ditam
os seres,
que fazem a festa
ditando as regras
deturpando a sanidade
com que pego na caneta,
rasgo os papéis,
digo e penso sobre
amor,
ódio,
decepção
de ser
o querido
e não obter
a ascensão
do poeta proseador
que se acha vão,
que o poente diz que não,
e o luar não abre mão,
nem dele - do poeta louco,
nem dela - pálida imaginária,
muito menos
do reino literário
que em sua persona
torna-se ditadora
de regras,
de ser tudo
sendo o ser quisto nas fábulas
e sendo o não ser na profusão desvairada
do outro ser
que cria vida,
mas é tímido e temeroso,
é frágil e murmura
pelos meios,
rumina cânticos e versos
para a intertextualidade
não exasperar,
para sempre poder
com sua musa se inspirar...


Fiquem em paz...
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