terça-feira, novembro 04, 2003

“Sentido da vida”



O que poderia qualificar
um sentido para a vida,
quando nem mesmo
pensando racionalmente,
enxergamos um sentido
real para os sonhos,
para a fantasia,
para as nuvens
que parecem estar
tão ao meu alcance
quando hipnotizado estou
pela alquimia exalada
pelos habitantes
dos campos floridos,
dos mares sem fim,
onde os sentidos se dissipam,
sopram lembranças aguadas
nos meus olhos,
salgadas e encantadoras como ondas,
que muitas vezes,
ou se fazendo de quando em quando,
fingem estar com todas as forças guardadas,
vivem e crêem na eloqüente
esquizofrenia recriada,
mas desabam quando os dedos
que apontam para os céus
conseguem muito facilmente
parar o tempo,
tempo que tanto anseio,
pára-o e faz com que o brilho do sol
irradie apenas por sobre meu corpo,
que as nuvens,
em companhia do citado sol,
perfurem meus cachos
e com eles se encaracolem,
faz com que meu peito flua
em harmonia com o ambiente,
com a vida que procura um sentido,
sentido este que descubro
ter um significado coerente por agora,
dentre tantos buscados
o mais importante de todos,
conhecido ele como amor,
este que sinto,
que tranco,
que reprimo
e quando menos espero: Tchum !!!
resguardo-o,
faço tê-lo explosões desesperadas,
faço-o espernear magias
para que o espaço
entre o sentido e o desconhecido
se encontre apenas com a distância
das nossas auras aos nossos corpos,
faço com que os sentidos
tão aclamados nessas míseras linhas,
se tornem ponto de referência
para o que posso ser,
para sempre poder
embargar gargantas com minha voz,
para que eu sempre arrepie pêlos pelo meu desprendimento,
e principalmente,
para que eu possa devolver-te a poesia,
a música,
a dança,
e os palcos,
pois sem isso dentro dos nossos corações,
qual seria o sentido da vida?


Fiquem em paz...
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