sábado, junho 18, 2005

"Tudo quanto"



Nos encontramos hoje assim,
a solta, buscando sonhos e realizações tão perdidas,
tão insolúveis, tão frívolas...

Prendemo-nos a certos rancores
díficeis de lidar, quase impossíveis
de esquecer, e esquecemos o tudo
que nos cerca, negligenciamos
a roupa constantemente suja que somos,
ocultamos o desmascarar diário para não ser desmascarado,
o lutar sem regras para não morrer na praia da solidão.

E me sinto hoje plágio do que fui
com o que gostaria de ser,
num universo tão conturbado que custo a acreditar na verdade que me tornei,
e nas dificuldades que enfrento para exercer minha personalidade calma e coerente.

Tudo como uma fábula real,
tudo tão incoerente e incerto como meu presente,
tudo tão estreito quanto minhas certezas,
tudo tão deturpado quanto meu estilo de vida...


Fiquem em paz...
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