sexta-feira, abril 23, 2004

Se os sonhos correspondessem......................



Se os sonhos correspondessem às minhas palavras, acreditaria que minhas crenças são existenciais a ponto de me transformar no ator principal desta peça que estamos participando aqui, esta noite, entregue ao ostracismo que tenta se demonstrar condizente com as fábulas criadas por nós mesmos quando estamos elucubrando, e mesmo com esta inconsistência de fatos consigo te ver, em meio de tamanho alvoroço, dessa forma bela, bruxuleando ao redor de tanta hipocrisia, fantasiando em meio de tanta fantasia, de sonhos que sonham em ser vividos, sonhos que dizem fazer parte da minha mente, mesmo que momentaneamente, deturpando os preceitos e fazendo de ti, sim, por incrível que pareça, fazendo de ti a atriz principal de um papel tão delicado, com tantos resquícios do passado vindo à tona no presente, esse presente onipotente que nos cerca, esse passado que nos condena e esse futuro que nos espera, às margens do acerto com as soluções que as nossas novas tentativas, mesmo lutando para serem plausíveis, tentam fazer conosco, com o tempo, este que tanto me gela as mãos e me sua o coração, tempo que deturpa meus anseios e me faz sentir ileso a tudo, como uma criança perdida em tempos remotos, como um pássaro que voa em sentido da liberdade há muito requerida, e vejo-te assim bela, passando com toda essa magnitude, fazendo-me me perder nas palavras, fazendo desse encanto algo estarrecedor à percepção que rodeia minha vida, embasbacando-me para poder, assim que possível, escrever esta que lê, para ver se assim consigo transmitir toda a leveza que a paz que rodeia sua pessoa me transmite, trespassar a ti todo o brilho resplandecente existente em sua aura, no místico e distante cheiro do seu olhar, cheiro de encanto, cheiro de inovação, de amor, de carência, uma carência querendo ser amada, querendo ser explorada para que assim possa, sem receios, abrir este teu livro mágico, este que carregas, pesado, dentro do teu peito, por falta de confiança, por receio de não ser o que já é, ou que não sejam o que já encontrastes ao abrir sorriso tão belo quanto sua pele, quanto sua cor, quanto seu tudo, esse tudo que tanto me encantou e me fez sonhar aquela noite, e a outra noite, e a outra noite, sonhando sensações ainda inexistentes, acordando com os travesseiros em volta dos meus braços e imaginando o dia em que poderei te abraçar de verdade, o dia que poderei, se é que poderei, abraçar seu coração, sua alma, alma entregue as divagações existentes na minha, na tua, nas nossas vidas, essas tantas vidas vividas, essa saudade que cisma em aparecer de fininho, a quem sem querer clamamos, pois a mesma encontra-se verdadeira dentro de nós, dentro dos nossos sorrisos, desse ressoar das notas dentro do papel, esse eco vagando pela minha mente para poder escrever mordiscando minha alma para que ela seja verdadeira, para que possa com minhas falanges colocar todo o ardor existente no meu sangue, nos meus tão comentados sonhos, sonhos dorminhocos ou alucinados, querendo-te dessa forma, daquela forma, de todas as formas, para simplesmente realizar todas as tuas vontades, e a minha, que é poder simplesmente trilhar contigo os infindáveis caminhos da felicidade...


Fique em paz.....
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