quinta-feira, fevereiro 10, 2005

"Esclareça-me?"



Onde me leva minha indecencia, corroendo minha visão do que se pode estar certo e do que se pode fazer?

Onde encontro minha vitória, no peito amargo do medo e da desilusão passageira?
E onde se escondem meus odores?
Aí, aqui, no nosso único desejo esfarrapado de sentirmo-nos esfarrapados perante o certo, perante o esbelto?

E se pudéssemos correr e atropelar toda essa gente que se entrega da forma mais suja, - intitulando-a como amor ainda por cima - , faríamos deles nosso pó de cada dia, nossa fumaça de cada hora, nosso temor de sermos sujeitados ao ridiculo das frases lindas de saudades?

E te chamo para vir numa angústia cega da minha tropa cega que vive o mundo cego e doente de homens cegos, homens que me põe nojo pelo medo, pelo desejo frívolo de cada instante que se tornam eternos, pela degradação de cada rastejar, de todo esse cortejo que me olha com olhos sedentos e lassos e que eu odeio, essa multidão que nao me entrega a paz, não me deixam vencer para fugir, e me sepultam dentro das minhas palavras, dentro das minhas farsas imundas, beatificadas por lucifer, santificadas pelos anjos terroristas da terra, politizadas pelos santos de alma limpa que vemos todos os dias na tv, anjos que nos faz sorrir e clamamos em uníssono, amém!



Fiquem em paz...
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