sábado, novembro 08, 2003

“Saudade de mim”



Chove torrencialmente nos meus delírios...

Chove incansavelmente nos meus desejos,
deixam-nos cansados por tanto em vão querer...

Transformo-me no objeto que dança
pela materialidade concreta dos transeuntes.

Transformo-me no tempo apaixonante do poeta,
na brisa inigualável ao marinheiro,
no desencontro das aves no céu,
no brilho das estrelas que me inspiram,
que iluminam as passagens do meu choro,
da minha aceitação aos meus próprios anseios...

Brindam as perspicácias que soam capazes
como demonstrações, ri das armadilhas
forçadamente recriadas para aprender,
aprender como fazer o que sonhávamos
na noite anterior,
na vida anterior,
vida que ainda relembro,
dança e olhos que ainda perduram,
fúria glamourosa que ainda enche de saudade,
como a noite escura tem saudade das plantas,
eu tenho saudade de amar os beijos já distantes,
mas nunca esquecidos, nunca deixados para trás na lembrança,
nunca deixado para o aquém,
e o ar que engloba minha respiração
palpita nomes, nomes, nomes, mas sempre
destaca-se um único no meu pensamento,
nome que denomina liberdade,
mesmo não sabendo se eu já fui capaz de ser:
liberto como uma águia e apaixonante como o seu canto...

Saudade de mim...


Fiquem em paz...
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